segunda-feira, 22 de junho de 2009

Adventiat - Prova

"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”. (II Coríntios 13: 5)

Uma das maiores lições que aprendi na última universidade onde estudei não foi aprendida dentro de uma sala de aula, mas num certo dia em que, estando lá, precisei ir a uma agência bancária. A mais próxima ficava na reitoria, que é fora do campus, bastante afastada. Não valia a pena pegar um ônibus, mas renderia uma boa caminhada a pé, que eu nunca tinha feito porque o percurso me parecia muito grande. Resolvi o problema outras vezes deixando a pendência para o outro dia ou indo a uma agência próxima a minha casa, o que eu não podia fazer naquele momento. O jeito foi colocar o pé na estrada a contragosto e ir em frente.

Mas é assim, a contragosto, andando por caminhos desconhecidos, fora do nosso mundinho cotidiano, que nos colocamos à prova e descobrimos as coisas mais interessantes sobre nós mesmos e sobre a vida. Se não colocamos nosso conhecimento, nossos limites, nossa força à prova, não crescemos. E, no plano espiritual, não conhecemos a Deus. Pois se não sabemos do que somos incapazes, não saberemos do que Deus é capaz. Na prova, aquilo nos desestrutura e desafia, também constrói nossa identidade: "Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós?"

No caminho até a agência bancária descobri algo interessante sobre a minha universidade: ela é muito bonita! Vi-me no meio de trilhas arborizadas, ladeadas por riachos, lagos, flores, canteiros primorosamente esculpidos, pássaros simpáticos, cores alegres, tudo encimado por um céu que se comprazia em combinar com a paisagem. A imagem da agência bancária chegou antes do que eu esperava. Na verdade eu não me importaria que o caminho até lá fosse um pouco mais longo; a beleza acabou com minha pressa.

Acredito que a vida também pode ser assim: um caminho desconhecido, mas belo. Depende daquilo em que você vai fixar os olhos. Se olhar para os próprios pés, pensando na distância até seus objetivos, o caminho se tornará bem penoso. Se, no entanto, se permitir olhar ao redor, colhendo motivos para ser grato a Deus, o caminho se tornará uma fonte de bênçãos. Sempre há algo pelo que agradecer, nem que seja o próprio caminhar. Mesmo nos trechos onde não se consegue ver tanta beleza assim, o som dos próprios passos pode criar música. Mas Deus nunca deixará que um cristão aberto à Sua bondade chegue ao fim da jornada de alma vazia.

Portanto, não meça distâncias, não tema o desconhecido: prove a si mesmo e descubra as bênçãos que estão à sua espreita no caminho.

Nenhum comentário: